terça-feira, 5 de novembro de 2013

(A t)ela, (a p)ele e eu

Nas linhas 
turvas do ar, tesão,
caminham curvas despidas,
esculpidas à mão.

A tinta, o tato, os traços.
Há cor à flor da pele é arte, fato.

Índia, em tons de cinza,
a seus fios de breu
meu coração ranzinza se rendeu.

Negros olhos miram,
sem embaraço, a lente
em frente e afronta.
Arcos f(l)echam o braço
e a gente se encontra.

Se encanta, com o canto
do índio, subindo às ancas,
boquiaberto, 
com o olhar guardado 
em pernas que ensaiam pose, 
no close para o retrato.

Sei os pequenos desenhos 
correndo, 
livres pelos declives.

A poesia e sua matéria prima,
nuas em traços e rimas,
nos versos que se fazem janela
à tela dele, a pele dela.

Poesia que fiz a convite do meu parceiro Samuel (Artefato Borges), para um projeto no qual seus traços descobrem desenhos a partir das curvas de cada modelo... 

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